terça-feira, 10 de abril de 2012

Sarah Brito: Uma paraense e os tambores gaúchos

Foto: Divulgação "O Grande Tambor"

Sarah Brito é paraense de Belém, cantora, produtora cultural e educadora popular.

Artista de vocação e administradora de formação, é pós-graduada em Gestão de Projetos pela FGV, atuando como profissional autônoma na assessoria de planejamento e gestão desde 2002.  No mesmo período começou a estudar mais seriamente o canto popular,  montando repertórios de re-leitura da obra de compositores da região norte do país,  voltando-se desde então à reflexão da relação da cultura e  referências identitárias. Em 2008, organiza um coletivo cultural que movimentou debates sobre  o papel da sociedade civil na articulação de políticas públicas, o cenário da música local entre outros assuntos, além de apresentações musicais, organizados no Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009 em Belém do Pará.

Em março de 2009, na cidade de Porto Alegre, une-se à  Cooperativa Catarse - Coletivo de Comunicação, para articular e mobilizar projetos culturais, mergulhando e encontrando-se na produção da linguagem audiovisual. O perfil multidisciplinar da organização permitiu manter sua dualidade enquanto articuladora cultural e artista, potencializando sua atuação. Convidada a voltar à Amazônia para a produção executiva do Festival Internacional de Teatro do International Drama/Theather and Education Association – IDEA, realizado pela primeira vez no Brasil na cidade de Belém, julga este o divisor de águas no amadurecimento de sua interpretação do papel da cultura na transformação social.

Nos últimos 04 anos, desenvolve projetos de educação  popular em diversos pontos de cultura da região metropolitana de Porto Alegre. Nestes pontos  foi  contemplada com alguns prêmios, como Interações Estéticas da FUNARTE em 2009, onde fez a produção executiva e captura de imagens em vídeo para uma etnografia visual dos moradores do bairro Vila Jardim em Porto Alegre, realizada em parceria com a fotógrafa Fernanda Rechemberg. Em Janeiro de 2010, junto ao pesquisador Sérgio Valentim (CAPES/PUC) é premiada pela atuação no desenvolvimento de incubadoras de empreendimentos culturais na área da produção audiovisual, recebendo o Prêmio Tuxáua do MINC em Janeiro de 2010.  Em Junho de 2010, junto à Catarse, recebem o prêmio Ponto de Mídia Livre, do Ministério da Cultura.

Foto: Divulgação "O Grande Tambor"


Pesquisadora de patrimônios imateriais musicais, tem focado suas produções audiovisuais mais recentes em temáticas que envolvam a reconstrução de referências históricas de ritmos e tradições populares, em especial de matriz afro-gaúcha. É produtora audiovisual e fotógrafa still de diversas produções audiovisuais da Catarse, incluindo a Coordenação Executiva do Projeto “Tambor de Sopapo – Resgate Histórico da Cultura Negra do Extremo Sul do Brasil”. O projeto foi contemplado no Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e desenvolveu em 2010 uma série de produtos multimídia para a utilização em escolas. Gravou também a música tema "O Grande Tambor",  em parceria com mestres de percussão do RS. Em 2011 produziu a 21a semana da Consciência Negra, junto ao Instituto Gaúcho de Tradição e Fólclore, que levou o projeto Tambor de Sopapo, para as escolas públicas do RS, com exibições do documentário e rodas musicais com mestres griôs.

Nos palcos, tem sido o vocal base de importantes mestres da música popular gaúcha, como Paulo Romeu e Eugênio Alencar, vulgo Paraquedas, participando da gravação do álbum inédito dos dois. Através do canto e da música, continua suas pesquisas sobre a cultura negra do sul. Seu mais novo projeto, o média-metragem "Batuque Gaúcho", iniciará as filmagens no segundo semestre de 2012. O projeto trata-se de uma pesquisa sobre as religiões de matriz africana no sul e foi vencedor do prêmio Etnodoc 2011, realizado pelo IPHAN com financiamento da Petrobrás.

Durante o I Encontro Nacional de Mulheres da MPB, Sarah participará da exibição do documentário "O Grande Tambor", e falará ao público sobre a cultura do tambos de sopapo, sua preservação, assim como sobre os projetos que surgem com essa finalidade, como o Coluna Griô 2.0, que passará por 12 cidades do Rio Grande do Sul, desenvolvendo ações de formação e vivências em diálogo com diversas formas de manifestação cultural, favorecendo debates e articulação entre movimentos sociais, Pontos de Cultura, cineclubes, representantes do poder público, entre outros agitadores culturais.  

Fonte: Coletivo Cartase
Coluna Griô 2.0

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